No sereno, ao relento
Indigna, atormentada
Presa como os detentos
Uma alma encarcerada
A vida passa e ninguém vê
Sua formosura parece oculta
Desfrutam dela do lado de fora
Mas o interno está na penumbra
Corações amargos
Internos vazios
Peito dilacerado
Um mundo tão sombrio
A maldade anda a solta
E a verdade não é bem vinda
Quem fala em nome da justiça querem tapar a boca
Não sentem prazer na sabedoria
Eu vejo a vida encostada na calçada
Como diz uma linda canção
A vejo pedindo esmola nos bancos das praças
Mas ninguém lhe dá atenção
Ela queria ser manifestada
E habitar cada alma
Ser brindada e festejada
Em um peito que transborda calma
Mas onde estão os puros
Os olhos de lince do bem?
Só vejo um grande muro
Olhares perdidos no além
O entendimento está distante
Onde a ignorância impera
Almas tão inconstantes
A tristeza reinou nesta esfera
Por Michele Mi
Tema: Maria Lúcia – Martins/RN