Onde encontrar uma veste
Que se encaixe como luva
Nesta alma tão singela
Que pranteia feito chuva?
Não há nessa esfera
Nada que possa preencher
O vazio do coração
A essência do seu ser
Tudo do tempo presente
São momentos provisórios
Devemos disso ser cientes
Desviar-se do ilusório
Mas a doce simetria
Habita sua própria imensidão
Regozija, traz alegria
Completa sua vastidão
Vestimenta escarlata
Esvanece e torna ao pó
Deixa a alma amargurada
Na garganta sente o nó
Quero a roupa que me sirva
E jamais me deixe nua
Bordada com sabedoria
Reluzindo sua candura
Que me cubra na eternidade
Livrando-me de todo frio
Que me cause liberdade
E no espelho realce o brio
Existência que completa
Vida infinda majestosa
Reveste de luz toda a esfera
Beleza dos lírios e das rosas
Por Michele Mi
Tema: Sandro Maranho – Maringá/PR