Não conhece o perigo
Anda à beira do abismo
Feito criança sem tino
Discorre em tempo perdido
Porque fostes lá fora
Ó criança
A poesia metafora
E no imo surge a esperança
Seus pés resvalam
Sobre este mero barro
O medo no peito é farto
E o mesmo aguarda o infarto
Cavou-se em abismo
Decaiu em leito retido
Encarcerou sem sentido
Derramando rios incontidos
Sua coragem é morta
Luz difusa, fecha a porta
Silhueta da derrota
Desenha-se à sua volta
Ao redor a escuridão
No interno o breu em questão
Estendida está a mão
De quem batuca seu coração
Displicente é seu caminhar
Discorre fora do rumo
Sem placas pra retornar
Segue seguindo o fluxo
Desvairou-se em destemor
Descoloriu-se em tons tristes
Preencheu-se de dor
Não importando-se com as cicatrizes
Por Patricia C.