Dentre os valados incertos
Em meus becos tenebrosos
Havia um caminho no interno
Escondido em meio aos destroços
Era a minha saída
De fato tão escondida
Bem longe das minhas vistas
Em minha terra perdida
Completa desfalecida
Farta em melancolia
Minha fagulha esquecida
Meu arco sem flecha, sem mira
A esperança era um balão
Gás Hélio em forma de coração
Voando na imensidão
Aguardando pelo perdão
Um arrependimento
Sentido no peito adentro
Um fogo queimando por dentro
Cinzeiro no pensamento
Ó fênix celeste!
Meu transformar espelhado
Um dia meu fruto agreste
Insosso meio acuado
Buscou pela liberdade
E meu lar ficara vazio
Um período de castidade
Trouxe ao meu lar o brio
Foram os raios da verdade
Dissipando todo o meu breu
E em forma de alacridade
Candeou esse peito meu
O tempo fez-me regenerar
Os ventos do sul fez-me refrescar
Em meu mar mediterrâneo fui velejar
Em suas ondas fez-me banhar
Água salgada que temperou-me
Que por minha íris jorrou
Aprendi ser como as flores
Meu pólen regado de amor
Por Patricia C.