Às vezes a tristeza bate à porta
E em secura, choro
É quando percebo que nada disso aqui importa
São apenas sonhos deste solo
Que atrasa-me
Meus passos em câmera lenta
Percebo não sair do lugar
Parece sem óleo minha candeia
Mas é questão de visão
De ampliar minha imensidão
Sei que minha intenção
É cuidar do meu coração
Então a luz vem ajudar-me
E mostra-me em nitidez
Adentro à vasculhar-me
E vejo minha embriaguez
Não destilada
Nem sei como explicar
Minhas mãos estão calejadas
E remo para não afundar
É minha luta
Busco a vida
Não perco para a angústia
Nem desisto desta sina
Então prossigo
Em direção a minha paz
Mesmo que meus pés carreguem espinhos
Sei que sou capaz
A guerra não está vencida
Enquanto sinto o pulsar
Ando de cabeça erguida
E ao inimigo nao irei prostrar-me
Preferi a morte
Para ganhar a vida
Não enfraqueço diante meus cortes
Me são força para tornar-me infinda
Este pó um dia fenece
E tudo isto ficará para traz
Mas minha alma o divino tece
Da forma que lhe compraz
Não me importa se há dor
O que eu quero é transformar-me
Sentir-me como o condor
Ganhar asas e libertar-me
Por Patricia C.