O mundo ensurdeceu
Serraram-lhe este sentido
A libra ninguém compreendeu
Emudecidos tristes mendigos
Não ouviram mais a música
Não ouvem mais os sons desta Terra
A voz do eu pó, é a única
Que ecoa no breu desta atmosfera
E de olhar para cada pedaço
Eu enxergo a sabedoria
Ouço seu silêncio que grita em meu espaço
Trazendo-me a carta de alforria
Seu sentido é libertador
Sua manifestação é luz
És vestimenta de amor
Audição e visão de avestruz
Grita nos valados da alma
Entre as ruas, entre os campos
Quando não, derrama sua água
Na tentativa de arrastar o engano
E ao abrir minhas janelas
É nítido o seu espelhar
Em detalhes sua beleza impera
Olhe os véus das ondas do mar
Ela trabalha entre as formigas
E entoa no bico do bem te vi
Traz tons as pétalas coloridas
E essência a flor de jasmim
E ainda há quem a cale
Silenciando-a na hipocrisia
Chegará a hora tarde
Que desejará seu sussurro por um dia
Então sentirás saudade
Daquela que em ti calou
Por causa da vaidade
Que o sucumbiu e levou seu valor
Hoje ela ainda grita
Na esperança de adentrar-te
Alojar sua casa infinita
E fazer da sua alma arte
Por Patricia Campos