Perdeu-se
No tempo,
Sem tempo
No contra tempo
Quiçá os ponteiros fossem amigáveis
E pudessem então voltar
Não tornaria-se breu infindável
Mas sim infinito lar
Foi-se
Ao pescoço a foice
A pressa foi quem lhe trouxe
O que não é algodão doce
O amargo do fel
Não a fez voltar-se ao céu
Em gotas desfez o papel
Mas não fez rasgar o seu véu
E agora? Encontra-se ao léu
Caída no banco do réu
Queimastes em fogaréu
Sem transformar-se em lumaréu
Não se pega o rio com as mãos
Mas a vida estava na palma
E o encontro da ilusão
Deixou triste a sua alma
E agora? Encontra-se solitária
Faminta, nua em dor
Situação precária
Nem a si mesma amou
Acabou
A vida lhe abandonou
Tudo o que lhe sobrou
Foi a noite, que nem a lua a visitou
Por Patricia C.