Não há boca
Mas há palavra
Não há toque
Mas há de ser tocada
É a flecha que acerta o alvo
São os pés que vão de encontro
É o mar quando está calmo
É o arco íris colorindo o todo
Assim é o amor
Não fala, mas diz tudo
Nas asas de um condor
Traz a liberdade que não há no mundo
Nos faz voar alto
Leva consigo quem queira ir
No canto és o contralto
Raridade a se expandir
Querer não é ter
É preciso amar para ser amado
A essência do compreender
Nos atos é demonstrado
Por eles, inclusive
Que tudo se diz sobre o amor
Nas terras simples incide
Naturalmente em flor
Num olhar
Transmite sensibilidade
É como abraçar
E do coração ser metade
Cabível em um gesto
Fraterno por natureza
Pelas mãos de um destro
Com maestria em destreza
O qual rega o maior dos sentimentos
Na tentativa de espalhar sua semente
E ao deparar-se ao seu fragmento
A compreensão adentra a mente
Então sente
Profundamente
Ata-o feito pendente
E sai por aí livremente
Patricia C.