Arrastou como ventania
Seguida de tempestade
Alojou nas almas vazias
Que não lutam por liberdade
É, o mal passou por aqui
Deixou seus rastros por todos os lugares
Parece invisível seu fim
Mas o vejo em seus olhares
Não há mais brilho
Nenhum fulgor
Suas pálpebras caíram
Não conseguem diluir-se em amor
Suas festas tristes
Disfarçam suas dores
Está faltando-lhes síntese
Não há pétalas em suas flores
Soluçam em silêncio
Mas ouço o gotejar
Não cessam com o tempo
E suas gotas não hão de findar
Abriram-se à destruição
Foram invadidos pela ilusão
Arrancaram-lhes o coração
E tudo o que fazem é vão
Porque não atentam-se a verdade?
Ela dói, mas é a nossa cura
O bem veste em alacridade
A alma que faz-se candura
Que dá rasteira no engano
Degola-o com a sabedoria
Tem um plano B em outro plano
E fenece em si a fantasia
O mal existe
Mas não faz parte de nós
Somente agride
Quem agarra-se a este tempo atroz
Deixe todo o mal passar
E que vá para bem longe de ti
Jamais poderá alcançar
Aquele que quer prosseguir
Ao contar suas pétalas
Finalize-as no bem-me-quer
Dando início ao fim da guerra
Seja o bem onde estiver
Patricia C.