Em céu particular
Desenhou-se raios
Sequencialmente ouviu os trovões ressoar
Em forma de severos lábios
Falas empoderadas
Força descomunal
Divisão pela espada
Matéria do eternal
No interno do seu azul escuro
Não conseguia ver-se campo
Tudo era muito obscuro
Faltava luz e o silêncio trazia o pranto
A fala da sabedoria é abstrata
É preciso ter audição afinada
À repreensão celeste não tarda
Só um bom sábio compreende e se cala
E tem prazer
Nos gritos dos trovões
Não teme, antes entende
Expressamente suas razões
Depois da tempestade
O sol paira trazendo calmaria
A chuva traz capacidade
Para quem não tem medo de água fria
É como ouvir música clássica
Quinta sinfonia de Beethoven
Da forma mais singela e fantástica
Transformá-la em toque lírico em meio a flores
Distinguir o tom da voz
Apreciar a correção
Converter o que parecia ser atroz
Em remédio pra curar o coração
O manifestar dos trovões
Nos ensinam muitas coisas
Faz mudar as emoções
E à tela da alma a luz entoa
O tom grave é alarde
E quem tem ouvidos, ouça
Antes que o dia seja tarde
E que o amanhã não mais lhe ecoa
Por Patricia Campos