Um quadro cinza
Esboçando o relento
Pessoas perdidas
Amarradas ao medo
E ao mesmo tempo
Sinto o tocar do invisível
Cortinas dançando com o vento
Junto ao meu olhar sensível
Eu enxergo as almas
E queria poder fazer algo
Agarradas ao erro buscam a calma
Mas o mundo não está a salvo
A tempestade negrume
Afogou os olhos bons
Esconderam em si o lume
Não haverá Armagedom
Estão rendidos
Ao mar de encantos
Em suas ondas sucumbidos
Largados em qualquer canto
Cadê sua força?
Saia deste chão
Porque sua voz tão rouca
Não grita em sua imensidão?
A liberdade acenando
E os vidros derramando
A água do que é pranto
No profundo mergulhando
Emergindo seus traumas
Suas angústias e seus medos
Parece não haver cura
Pela nitidez de seus feitos
A tempestade negrume
Afogou os olhos bons
Esconderam em si o lume
Não haverá Armagedom
Estão entregues
Na fila das reses
E o Rei que tece
Vê do alto o bem que falece
Por Patricia Campos