Dentro de um caminho reto
Não reconheceu-se na estrada
Lentidão em buscar o que é certo
Guiou seus passos em direção ao nada
Sem semáforo
Sem atenção
Não havia quem parasse
Seu mortal coração
Apressava-se sem destino
Não havia paisagens à apreciar
Perambulava à noite sem brilho
E a penumbra fazia-a deitar
Descansava em sonhos
Mas o pesadelo vinha a acordar
Ruínas de um tão sonhado plano
Sem futuro, sem lugar a chegar
Perdeu-se na estrada
Uma alma penada
A pena era o nada
Mas ela não saía da estrada
Dias sim,
E outros também
A sensação do fim
E seu olhar de desdém
Não imaginara que sua dor
Seria incontavelmente maior
A boca perdeu seu sabor
E os pés despencaram sem dó
O que era para ser reto
Em declive acentuado virou
O caminho certo tão perto
E o seu coração desviou
E agora estás abatida
Sem cor,
Sem tom,
Sem amor
Sofrendo às suas feridas
O devaneio a flechou
Patricia C.