Auto afirmou-se
Medindo a própria capacidade
No mar do silêncio mergulhou-se
No mais profundo da sagacidade
Desvendou-se
Espelhou-se em lume perene
Reverberou-se
Da forma mais clara, consciente
Viu-se marco
Dividiu a eternidade
Viu-se raso
E foi preencher-se da verdade
Verdade é
Que dizem não saber quem a têm
Só a encontra em seu revés
Aquele que consegue ir além
Com prescrição
Doutrinado à vencer-se
Sem objeção
E por amor próprio, render-se
Só assim saberás a que veio
E derribarás obstáculos
No coração há um veio
Que o transporá a outro espaço
É preciso ter bons olhos
E reconhecer o caminho
Aquele que vive de sonhos
Na realidade só colhe espinhos
Pés ao chão
E cabeça ao céu
A prova de fogo ao coração
É compreender o queimar do véu
O qual obstrui a visão
E se queres de fato viver
Não deixe que em ti more a ilusão
Senão sua alma é quem vai perecer
E então virá a ti a prova
E provará a ti mesmo tua resistência
Deixe queimar feito pólvora
Sê tu, em fogo, resilência
Até que um dia
As fênix invejarão teu novo ser
Até mesmo as lagartas derretem-se e em sopa se cria
A borboleta que de si faz nascer
Por Patricia Campos