A tristeza escorreu
Molhou meu interno
A incompreensão corrompeu
O olhar de quem diz não ser cego
De quimeras em quimeras
Os dias passam como o vento
Quando se vê já era
E o julgar traz lugar aos tormentos
Vem a decepção
As máscaras saem do lugar
Da boca diz ter coração
E os atos deixam à desejar
Aqui neste mundo é assim
Cada um por si
Há individualidade sem fim
Mas quem de fato quer corrigir-se?
Ouvir boas palavras
Faz enaltecer o imo
Mas curar as próprias falhas
Traduz um novo sentido
Olhar-se e desnudar
Receber e refrear-se
São poucos que sabem amar
Os outros são só disfarce
Mas não há como enganar-se
Ao tratar-se da salvação
Percepção transforma em arte
E sente até a intenção
Muda a direção
Sem nenhuma preocupação
Retorna, segue a razão
E ali cabe o perdão
Os detalhes são expostos
Só não se vê quem não quer
O espelho expõe o opróbrio
Pétala de malmequer
Morada da soberba
Fez-se apenas mais um
Quem dera espelhasse a centelha
Em meio ao seu céu azul
Patricia C.