Em um peito terno
Cheio de esperança
Lá no profundo, no inverso
Mora a eterna criança
Ela é feliz
Ela tem paz
Por ela eu me refiz
E eternizei-me em laço
É necessário conhecer-se
Para encontrar o amor
Com ele de fato envolver-se
Ser broto de sua flor
Formar-se pólen
De bico em bico cair em terra boa
A semente que um dia morre
Embebeda-se da garoa
Porque transforma
Mostra sua vida em pétalas
Delicada toma sua forma
E reproduz na primavera
Sobra amor
Clareia feito o sol
No canto do beija-flor
Em dueto com rouxinol
Detalhes minuciosos
Vislumbrados pelos olhos luz
Desenham-se mui vistosos
Doces feito alcaçuz
É doação incontida
Relicário que guarda a compreensão
Da candeia é a parafina
Que jamais finda a combustão
Acesa permanece
Iluminando tudo a volta
Lume que resplandece
Do violão és a corda
Que toca o coração
Dos imos simples em amor
Ecoa em notas sua canção
Preenchendo-se de viva cor
Por Patricia Campos