Ela se cansa
Ela envelhece
Não dança
Se esquece
Ela não vive
Ela não enxerga
Se coíbe
Se degenera
Se vai como as folhas do outono
Degrada-se com o tempo
Ela se desgasta e sente sono
Seu desejo se esvai como o vento
Ela é a lua
Ela é o pó
Transparece em alma nua
Não é veste, se faz nó
Ela se vai com a ampulheta
Se acaba como as flores na primavera
Um tempo floresce até em areia
Já em outro virá quimera
Ela não tem má intenção
Porém provoca desejo no espelho
Ela se fez o império do coração
Mesmo que seu alicerce não se dá por inteiro
Cada peça deveria estar em seu devido lugar
Mas ela está fora
Essa única peça sem lar
Que nos corações com uma facilidade aflora
Era para ela ser passageira em sua cidade
Visto que seu tempo é fugaz
As almas buscam sua eternidade
Por isso nunca encontram a paz
Raciocine antes de agir
E não coloque ela como rainha
Afinal é triste seu porvir
E pela eternidade não terá companhia
A luz não reflete em seu coração
Porém sua chama é infinda
Seja lume em toda escuridão
Que enxergará a mais pura sabedoria
Por Luiza Campos