As nuvens escondem o céu
A sombra alastra pelo peito
Difícil falar que sente o fel
Perdi-me nos pensamentos de meu leito
Minha voz parece não sair
Meus passos tão lentos
Carrego minhas pernas para porvir
Até que extermine os devaneios de dentro
Expressar-se por versos
Como as notas pela música
Enxergar nós incertos
Desviar de falsas condutas
Os dias se vão
Se vão como os ventos
Resplandece como trovão
Porém a chuva se vai com o tempo
Preciso é tirar os pés do algodão
Sentir a rua como um caminho sem segredos
Precisa conhecer a dor de seu coração
Para saber como curar os erros
O medo de conhecer o que não quer
De ver o que não imaginava estar aqui
Se lance no precipício para ser
E preencha-se para sorrir
Deixar o tempo nublado passar
Compreendendo o tom de seu céu
O infinito colore o lar
Depois que se descreve em papel
Mergulhar nas profundezas
Dar as mãos para a eternidade
A vida lhe dá destreza
E a simetria transparece pela cidade
Por Luiza Campos