Pincelou os versos
Como pintor deu vida a arte
Sob a imensidão do universo
Brotou, fez parte por parte
Deu dom aos passarinhos
Manjares para a ceia
Bordou o puro caminho
Enviando o lume para areia
Escreveu cada passo a ser dado
Acrisolou cada ponto da estrada
Descarregou todo e qualquer fardo
Amou para ser amado, assim esperava
Em brasa viva abençoou as estrelas
Seu sopro de vida assoprou em brisa quente
Mediu o espaço para cada planeta
Tudo esperando uma boa e frutificada semente
O amor estava em cada ordem, cada ação
A compreensão habitava nos bosques da alma
Era só buscar que ela apossaria seu coração
Porém quem saiu em busca da alva?
E assim fizeram o contrário de toda base
Mudaram as vírgulas, ou melhor, toda lei
Difusaram, seus disfarces
Criaram outro império, outro rei
O bem da vida se escondeu
Quem sabe o porquê de viver?
Uma pena, escureceu
Manchou a face, perdeu seu ser
Consciência, consciência
O que fizeste com teu lar?
Abominou a pura ciência
Afogou em seu mar
A tristeza invadiu o solo do mundo
E brota como ervas daninhas em todo peito
O ser humano caiu em um sono tão profundo
Que só acordarão quando ficarem eternamente sob o leito
Por Luiza Campos