Sussurra como a brisa
Transparece em águas
Invisível em alma fria
Insensível para palavras
Sua voz clama baixinho
Não há soar de ondas marinhas
Ouve quem está sozinho
Um peito isolado, deixando ir o que se tinha
Estremece todo corpo
Arrepiando devagar
Falas de um louco
Que com o tempo irá se encaixar
Sussurra sem hora ou lugar
Quer se por diante seu espelho
Colocar-se a frente, velejar
Oceano de possibilidades, outro conselho
Descobrir-se como um novo ser
Em tons desconhecidos sem lei
Como os pássaros viver
Entre o céu e a eternidade, ser rei
Sua voz sussurra para quem pode escutá-la
Sussurra para o girassol
Gire para a luz e veja sua alvorada
Um novo nascer da manhã, dessa vez trazendo o calor do sol
Sussurra como o vento ao amanhecer
Sussurra como as pétalas ao tocarem o chão
Imperceptível para quem não quer ser
Mas um mar de sensações para os puros de coração
Sua voz é como uma arte muito bem traçada
É poesia pura anotada sob o papel
É música muito bem afinada
Um desconhecido que veio a nós, rastro do céu
Por Luiza Campos