A que ponto chegamos?
Como dói, ah como dói
As almas esfriaram-se tanto
E a angústia por dentro corrói
A frieza solou o seu canto
As lágrimas petrificaram
Vejo crianças em prantos
E o olhar dos pais de soslaio
Sem reação
Em depressão
É como tentar pegar o rio com as mãos
Ao som do batucar do coração
A vida sentida
Nada mais comove
Nas almas acentuam as feridas
Mas quem é que se move?
Os escândalos tornaram-se comuns
Fazem parte do cotidiano
A cada milésimo de segundo
Anuncia-se mais um ato insano
Onde querem chegar,
Porque endeusaram o dinheiro?
O estado é de lamentar
Não há mais olhar verdadeiro
Todos perderam-se
E não há mais esperança
Ao mal deste mundo renderam-se
Acabou-se a inocência da criança
Uma lavoura perdida
Só lhe resta ser queimada
Eis o motivo das almas estarem aflitas
O quão estão amarguradas
Não prostram-se mais ao céu
Nem mesmo por misericórdia
Caídas, jogadas ao léu
Humilhadas por suas derrotas
E quem é que nota,
Estão atrás só das notas
E a música fúnebre toca
Em dó resumiram suas notas
Não há amor
Nem cabe o perdão
Perdeu-se o valor
Tamanha destruição
Estagnaram-se
Nem mesmo ouve-se as águas de dor
Deterioraram-se
Até o sol perdeu seu resplendor
Que situação
Condições de calamidades
Auto mutilação
Desdenharam da simplicidade
Por Patricia C.